Se alguma coisa este período de pandemia me ensinou é que a fotografia é mais do que grandes câmaras e objectivas. Foi assim que começou o meu percurso de DSLRs para smartphones, que agora se expande neste espaço e na proposta de actividades para 2022. Apesar da pandemia continuar, estou a preparar-me para na próxima Primavera oferecer novas oficinas de fotografia, desta vez centradas no uso de smartphones. É uma mudança drástica para quem gosta de usar longas focais para fotografar flores, mas é um desafio que aceitei de bom grado, porque obriga a repensar tudo o que se sabe de fotografia, e a fazer concessões na busca de uma nova forma de fotografar.
A evolução das câmaras em smartphones atingiu novos horizontes nos últimos meses. Apesar de continuar a ser necessário, em termos gerais, investir um ror de dinheiro – mais de mil euros em muitos casos – para se aceder às câmaras mais sofisticadas, existem boas opções a preços mais acessíveis, e estamos bem longe dos primeiros modelos, que prometiam muito mas davam – realmente – pouco. A evolução dos sensores a par com o desenvolvimento daquilo que usa chamar-se de fotografia computacional tornou a câmara de um telemóvel capaz de rivalizar com as câmaras compactas, ditando a morte da maior parte desse segmento de mercado. Câmaras com sensores maiores associados a sistemas ópticos de maior dimensão, como as DSLR e mirrorless, continuam a marcar a diferença face às câmaras dos telemóveis, mas para muitos o telemóvel é hoje a câmara que mais usam, porque está sempre presente e os instantâneos são registados em… instantes, tornando o dispositivo num “bloco de notas”, um diário do quotidiano, que permite contar histórias e criar narrativas. São esses aspectos do telemóvel que me interessa explorar nesta coluna e nas actividades que me proponho oferecer. Desde sempre mantive um olhar atento sobre a indústria, e neste momento, ciente de que é ali que sucede a maior revolução em termos de captação de imagem, acho que é chegada a altura de cobrir, em bom português, o que os telemóveis oferecem, e como essa tecnologia, sobretudo no aspecto de imagem, desafia fotógrafos e videógrafos contadores de histórias a experimentarem os novos modelos. A par com a divulgação da tecnologia, interessa-me explorar o que REALMENTE se pode fazer quando se deixa de clicar para obter simples instantâneos e se passa a usar o telemóvel como uma ferramenta de construção de histórias. Ir além do modo automático exige alguma paciência, até porque existem evidentes limitações nestes sistemas, mas esse desafio é, no meu entender, parte do prazer que se retira do acto fotográfico. Apesar de manter o meu sistema EOS, câmaras e objectivas estão confinadas à prateleira a maior parte do tempo, porque o telemóvel se tornou na câmara que carrego comigo para todo o lado. O dispositivo e alguns acessórios permitem-me dar ainda mais força a um lema que tem sido meu desde sempre: “menos equipamento, mais diversão”. Pretendo demonstrar isso mesmo de forma prática em 2022. Este texto que serve de introdução a este novo espaço dentro do sítio Fotografia & Contexto, aponta para novas opções de leitura e, a breve trecho, actividades que partem das bases da Fotografia para a descoberta do que se pode captar quando nos libertamos dos modos automáticos. Para atingir esse intento conto com a boa vontade dos visitantes, que podem apoiar este espaço através de donativos e participação nas actividades a anunciar brevemente.
0 Comments
Leave a Reply. |
Leia-me ainda em:
Fotografias
Archives
January 2022
Categories
All
|