Esta imagem do Palácio da Pena deita por terra a ideia de que o Palácio está no topo de um monte. É uma mentira orquestrada pelo fotógrafo, não no computador mas ao vivo, fruto de uma continuada vontade de fazer diferente. Existem mil novas perspectivas para explorar dos sítios que julgamos conhecer. Podem não ser grandiosas como algumas outras, mas isso não impede que existam e proporcionem, quando descobertas, enquadramentos alternativos que enriquecem uma colecção. O simples facto de sabermos que estão lá é em si uma razão para ficarmos contentes. Eu sei que fico, porque parte do prazer de todo o trabalho fotográfico é virar esquinas para ser surpreendido.
Por mais que se estude o Google Maps e Google Earth, nunca o que por ali descobrimos nos permite antecipar com a devida emoção o que nos salta à vista no terreno. As ferramentas hoje ao alcance do fotógrafo são fantásticas, mas nada substitui a prospecção no terreno, onde se confirma – ou por vezes não – o que as paisagens virtuais no computador sugeriram. Esta imagem é disso exemplo. Nunca no computador se antecipa esta perspectiva do Palácio da Pena, que o emoldura com céu e rochas num Ponto De Vista (PDV ou, em inglês POV, de Point Of View) que só foi possível afinar no local, e que abre espaço para múltiplas visões, a diferentes horas do dia, com variados céus, cores do coberto vegetal e o que mais nos for oferecido em cada momento de visita. A fotografia, realizada numa prospecção de locais de visita para o calendário de 2017 de Fotografia e Contexto, é um sinal de que continua a valer a pena tentar encontrar novas perspectivas, metendo por ruas estreitas e recordando sempre que se deve olhar para trás, mesmo quando caminhamos para diante. A foto, um registo único – os panoramas possíveis abrem para outros desafios – é uma de várias que pretendo reunir deste e de outros lugares de “culto fotográfico”, servidos através de roteiros alternativos, que visam criar oportunidades como esta, em que se “desaloja” o Palácio da Pena da cumeada da serra. É tudo uma ilusão de óptica, mas não é toda a fotografia uma ilusão? Traçar este roteiro e outros de um ano centrado na ideia de “Mistérios, Maravilhas e Meditação” ocupa muitas horas de trabalho, tanto de secretária, organizando materiais de suporte, como no terreno confirmando a viabilidade das visitas. Na linha de roteiros de Fotografia & Contexto, as saídas não têm uma perspectiva de Turismo ou sequer de actividade de Natureza. São momentos de descoberta do mundo interior de cada um através das experiências visuais colhidas no mundo exterior. Esta “caminhada 3M” de 2017 integrará, como sempre, uma latente vertente contemplativa. Só através dessa contemplação, da paciência para parar e sentir os Lugares, se vê como um palácio desce do seu pedestal e nos oferece uma outra perspectiva. Summary: In search of a different Point of View The Palace of Pena, in Sintra, Portugal, is always shown on photographs, from different angles, on the top of a mountain. Still, if you are willing to explore you may find other views, like the one published here. It does take time to scout locations, both at home, through Google Maps and Google Earth and outside, visiting places, but it does pay off if you want to create something different. The text above explores the idea that it does pay to try to discover different perspectives, even if they are not as good as those made popular... and that everybody photographs. These are yours, and they are different! The image is from a series I am building around Palace of Pena and other popular places, always offering different perspectives from those you find if you “google” for the places. This will eventually become one of the tours I will be offering in 2017. These tours, which will be titled Mistérios, Maravilhas e Meditação (Mysteries, Wonders and Meditation), continue to be moments for participants to discover their inner world through the experience of photographing the outside world.
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